Como de praxe, me encontro indecisa e inquieta. O pesado poder da decisão brinca com minha sanidade, noites insones adentro. A ansiedade, junto com a saudade, acelera meu coração e mareja meus olhos; faz querer que o tempo voe e pare nesse momento. Tantas pessoas queridas a milhares de quilômetros, e tantas outras que se encontram bem ao meu lado... sou bombardeada todos os dias de amor, conhecimento, carinho e descobertas e, disso, não há do que reclamar. Mas a saudade grita e esperneia; me deixa surda e cega. Vim de mente aberta para novas experiências e amizades, mas parte de mim nunca deixou minha pátria amada. Me parece injusto ter que escolher entre família e conquistas.
Entre um gole e outro, uma risada aqui e um conselho ali, viajo de volta para momentos perdidos na memória; a nostalgia estaca na garganta, roubando minha voz. E, de repente, me puxam de volta para o presente, me lembrando que, aqui também, vivencio momentos únicos e felizes.
As circunstancias me dão pressa de viver, de querer abraçar o mundo de uma vez só, de ter todo mundo que eu amo perto de mim a toda hora; e me esqueço que, quem muito corre, um dia tropeça e cai. Nos últimos dias, conciliar razão e sentimento não têm sido fácil.
