terça-feira, 7 de setembro de 2010


Seus olhos cor de mel, marejados pelas lágrimas, transmitiam uma estranha sensação de conforto apesar da dor. Talvez a palavra certa seja esperança. Esperança de que tudo ficará bem. Sereno como um anjo prateado e, ao mesmo tempo, frágil como uma pétala de rosa.

O guarda chuva para tempos ruins estava desgastado. O coração, que antes batia energicamente, se encaminhava para o último suspiro antes que se transformasse em uma máquina de dizer 'sim'.

O vento soprava seus cabelos pretos, enquanto seu olhar estava fixo no horizonte, tentando se agarrar a algum fio que o puxasse de volta, mas não havia nada, apenas o medo e a desilusão.

Agora era apenas ele. Sonhava acordado para fugir da dor que esmagava seu peito.

Por fora, um sorridente e sonhador, devorador do mundo. Por dentro, apenas mais um covarde que se refugia dentro de seu próprio corpo. Testemunha de sua própria dor.

A partir daí, um leão por dia.